sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

As Folhas


As folhas secas estavam prontas para cair, amareladas com a chegada do outono, ao longe via-se as colinas encobertas com uma pequena neblina da manhã, a temperatura estava agradável e a correnteza do lago estava tranqüila.

Eu estava nervoso, havia passado a noite toda ensaiando a minha despedida, embora eu soubesse perfeitamente que na hora eu não conseguiria dizer nem uma das frases que eu havia decorado.

Alice estava para ir embora, iria mudar-se para uma cidade grande, para estudar e provavelmente se casar com algum rapaz mimado filho de alguém importante, era algo que eu não poderia agüentar e desejava de toda minha alma que nada disso acontecesse e ela viesse me procurar.

E lá vem ela, me encontrar onde combinamos, uma despedida em cima da ponte que cruza o lago onde nos conhecemos alguns anos antes. Naquela época de garotos eu não sabia o que era o amor, embora fosse uma cidade pequena eu nunca a havia visto, mas naquela tarde em que eu fugia com umas frutas que tinha afanado de meu vizinho tropecei em um galho solto e cai na beira do rio. Pude ouvir algumas risadas vindas dos garotos das ruas baixas, o sangue me subira a cabeça e já estava pronto para ir brigar com eles quando aqueles olhos negros me fisgaram como se eu fosse um peixe que se apaixona pela lua cheia numa noite sem nuvens.

- Tudo bem com você? – Uma voz tão calma, simples e doce, combinava com seu olhar, com seus cabelos negros que desciam pela face e seu sorriso meigo de uma garota feliz.

- Tu... Tudo bem sim, foi só uma quedinha de nada...

-Não é o que parece, à julgar por seu cabelo todo bagunçado e essa marca vermelha em seus joelhos... – Sua risada tímida combinava perfeitamente com tudo que ela era.

Sentamo-nos e conversamos um pouco, era tão estranho como estávamos nos dando bem, parecia até que nós já nos conhecíamos a muito tempo, Alice era esperta, engraçada e graciosa, tão boa com os outros, preferia levar a culpa ao deixar que algum amigo se metesse em confusão e ficava estranhamente triste quando algo de ruim acontecia com alguém, era uma pessoa boa.

Por muito tempo fomos amigos, até que eu tinha me tocado que eu não pensava mais em outra coisa quando estava longe dela, só queria que o tempo passasse rápido para que eu pudesse voltar a vê-la, sua imagem e personalidade me invadia os sonhos e me roubava longas noites de sono.

Eu sabia e tinha medo de admitir, eu a amava, mas eu era, ou melhor sou fraco, tinha medo de que ao lhe contar tudo eu pudesse perder a sua amizade, eu quando a olhava perto de outros garotos ficava um pouco triste, não me importava de não estar com ela pois eu sabia que não era nada de mais, mas mesmo assim quando a via sorrindo perto de outro alguém, uma triste dor se alastrava por meu peito, um sentimento estranho para mim.

Eu nunca tive coragem de falar que eu a amava, mas sabia que ela sabia, ou eu preferia acreditar nisso, e também que ela sentia o mesmo por mim, talvez eu esteja errado, talvez eu esteja certo, mas de que isso importa agora, ela vai embora, antes de eu ter qualquer oportunidade de dizer a ela o que eu sinto. E quem sou eu para sonhar que ela me ame igual, o quão egoísta eu sou?

E agora ela vai embora, esta pode ser a minha ultima chance de falar alguma coisa, aqui em cima dessa ponte, encoberta de folhas vermelhas que caíram das arvores, com a correnteza fluindo como uma vida sob nós, todo o universo conspirando contra mim, sinto-me observado, gélido, com um forte bater no coração.

- Alice, parece que é sério, né? Você vai mesmo partir...

- Sim. Eu estava conversando com meu pai e parece que há um rapaz, filho de um amigo dele, que pode ser um bom pretendente para mim, não é legal? – Esta informação quase que destrói meu coração, não pela revelação e sim pelo brilho em seu olhar, parece que ela está gostando dessa Idéia.

- Oh, é mesmo, que bom para você – Só se for para você mesmo... – Então quer dizer que você vai se casar..

- Não sei ainda. Se ele for alguém legal, quem sabe, não é mesmo?

As palavras perderam o sentido para mim naquele momento, eu a queria, eu a amava, mas não sabia mais como dizer isso, eu gostaria de ter implorado para ela para ficar comigo, mas eu resolvi ser um bom amigo, lhe ajudar em tudo que me fosse possível e assim ir morrendo um pouco de cada vez...

Talvez eu tenha sido meio dramático, mas não, eu estava feliz por ela estar feliz, bem ao menos eu ficaria assim enquanto estivesse do lado dela, pois eu sabia que assim que eu não á visse mais eu me perderia num caos, e tudo o que havia acontecido de bom entre a gente deixaria de existir e passaria então a ser apenas um motivo para me manter são, as lembranças que eu havia construído com o tempo.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Foi Durante O Ano Novo - Parte 02

Será que é possivel apaixonarmo-nos por alguem sem nem ao menos conhcer essa pessoa? Pois é, bem vindo ao meu mundo, estou tentando descobrir isso, e enquanto não me provem o contrario prefiro continuar a acreditar nisso, tá, sei que parece um sonho completamente infantil e idiota, mas será que podemos controlar o que pensamos? Ou serei eu tão incompetente que nem isso eu consigo fazer?

Desde o encontro fatidico dauela manhã eu tinha me retirado para me recuperar de uma ressaca infernal, cara eu juro que nunca mais bebo daquele jeito... mas a sensação é tão boa... ai ai, porque tudo na vida tem que ter um alto preço a ser pago?

Depois de recuperado era hora de sair a caça, fui procurar ela em todo o hotel. Missão fracassada, aparentemente ela e seus amigos, incluido o chato, entenda-se "namorado", porque sempre que encontramos alguem legal esta pessoa tem que estar com algum idiota? As vezes isso me faz me sentir em um desses filmezinhos americanos, e isso é um saco!!

Quando já estava desistindo éis que ela aparece do outro lado do hotel, enquanto eu estava l´em cima na aréa de lazer ela estava chegando com seus amigos. Sabe, estou começando a acreditar que tem alguem lá em cima do meu lado, porque sempre em momentos assim no qul eu ja estou desistindo ela aparece, mas poxa tinha que sempre estár do outro lado? Calma não estou reclamando, apenas comentando!

E lá vamos nós de novo, em nossa velha Odisséia, mas poxa, tinha que aparecer crianças correndo atrás de bolas e velhinhos de novo? Porra... Chegando lá vejo o "chato" perto da recepção e ela do outro lado, pera ai, quem é aquele cara perto de mais dela? Em um segundo ja estava ao lado do Chato utilizando minhas habilidades de ator, ou seja estava fingindo ser um cara legal, ao menos com ele: "E ai brow, curtindo o feriadão neh?"Ele estár bêbado ajudou a não perceber meus olhares mortais.: "Pois é mermão, sabe né? Ano novo só uma vez por ano, ai temos que aproveitar...". Antes que ele pudesse concluir, eu já emendava outra pergunta: "E ai, se eu fosse você eu tomava mais cuidado com sua namorada, olha alí um cara dando em cima dela!". Foi uma coisa dificil de se dizer, tolerar duas pesaos dando em cima dela ao mesmo tempo era trrivel!: "Ah, mas ela é só minha prima, não tenho namorada irmão...". Não escutei ele terminando frase, e ele estava tão bêbado que provavelmente nem notou que eu não estava mais alí, em apenas um segundo eu já tinha chegado junto de Sophia.

"Oi, olá, tudo bem, como vai? cara licença aqui que eu tenho uma coisa importante pra falar com ela, pode ser?". Nem esperei ele responder e já estava puxando ela, imagino que o caara não tenh gostado muito daquilo, mas tudo bem, eu não estou nem ai, o sol parecia ter ganhando vida de novo quando o ex-chato disse que era apenas primo.

"E ai, o que é que você tem de importante pra falar comigo?". Cara se fosse possivel eu morrer e renascer ao ouvi aquela voz acho que teria acontecido naquele exato momento, era completamente perfeita, e vinda em conjunto com aquele seu magnifico sorriso então, não a nem o que dizer, para mim a noite estava ganha, já valeu a pena ter chegado até alí.

"Ah, cê sabe, queria apenas me apresentar direito, meu nome é Carlos, já nos vimos antes então resolvir falar com você!". Não tinha pensado muito no que eu iria falar quando a encontrasse, então me perdoem, saiu isso daê, e aparentemente ela gostou e disse: "Até que enfim você teve a coragem de vir falar comigo direito, já estava achando que você tinha medo de mim, meu nome é Sophia, e é um prazer conhecer você!". Preciso dizer que fiquei mais do que feliz naquele momento? Creio que não, sei apenas que sorrimos bastante e conversamos a note toda, conhecendo um ao outro, foi bom, muito bom, mas esse feriado ainda reservava algo para nós. Porque nada pode ser facil como na tevê?

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Foi Durante o Ano Novo - Parte 01

Foi durante a queima de fogos que a vi pela primeira vez, naquele momento fiquei paralisado, seus olhos lividos paralizaram todo o meu corpo, fazendo com que eu não pude-se mover-me para lhe dar um oi.

Todos estavam alegres, e eu de alguma forma também, eu não fazia o tempo que saia para curtir, mas conseguiram me arrastar para aquela festa, e agradeço por isso, pois se isso não tivesse acontecido poderia ser que eu jamais a tivesse encontrado.

Ela sorriu para mim, disso tenho certeza, pode parecer besteira ao dizer isso, mas sabe quando algo acontece e sabemos o real motivo mas não sabemos como? apenas sabemos a resposta? pois bem, este foi um desses momentos, um sorriso, apenas isso, já me fez ter o ano ganho naquele momento, embora antes que esse sorriso pudesse se transmutar em algo a mais, alguns amigos dela a pegaram e sairam conversando, foi a última vez que a vi naquela noite.

Depois de alguns drinques reuní coragem e fui atrás dela mas sem sucesso e a noite que eu havia realmente tido um motivo para ser feliz se desfez bem diante de meus olhos, fazendo minha alma sofrer um pouco, em minha pobre existencia, eu sabia bem que esse sentimento estava sendo causado pelos drinques que eu havia tomado, mas isso não diminuia em nada a minha agonia.

Na manhã seguinte minha cabeça parecia que estava querendo me matar, mas mesmo assim me sentei a beira da piscina do hotel em que estavamos passando feriado de ano novo, fiquei lá tentando lembrar da garota que eu vira na noite anterior e passando um tempo a pensar na minha vida até aquele momento.

Humberto, um amigo sentou ao meu lado, parecia melhor do que eu, mas isso não queria dizer que estava bom, aparentemente eu havia exagerado depois que não a encontrei, comecei a falar coisas estranhas do nada, tipo: "Cara, sabe quando sentimos algo bom por uma pessoa mesmo sem a conhecer? Tipo, amor?". Ele olhou para mim, com uma expressão estranha, como se não estivesse entendendo o que eu queria dizer e disse: "Cara, você ainda está bêbado? Que especie de conversa é essa?" E então eu respondi: "Não, cara, ah esquece... Olha, eu não estou bêbado, ok? é que assim, ontem na festa eu vi uma garota, ela sorriu pra mim e nesse momento eu senti como se pertencesse à ela sabe, mas é algo estranho, eu nem a conheço, quero muito, mas tipo assim, é estranho?" Sua expressão ainda era estranha, mas agora ele prestava mais atenção, e depois de um tempo me olhando falou: "Nunca senti tal coisa, mas já ouvi coisas parecidas, e ao que parece, você está caidinho por ela, mas veja bem, não é amor, vocês nem se conhecem, mas está a um passo meu amigo, você deve encontrar esta garota e conhece-la, e se mesmo assim você continuar sentindo isso, você terá certeza que a ama!". Depois de falar isso ele caiu de lado em sono profundo.

Não sei se foi a expressão dele quando eu falei pela primeira vez ou a minha agora que parecia mais confusa, o que diabo sele queria dizer com aquilo? Mas será mesmo que funcionaria? Ou melhor, será mesmo que alguma vez mais eu à veria? Pois é, parece brincadeira ou uma pegadinha do destino, mas nesse momento do outro lado da piscina ela estava passando.

Cara, era agora ou nunca, a vida não dá duas chances e quando dá é melhor não eixa-la passar, mesmo aidna um pouco tonto e com a gabeça doendo corri para alcança-la. Mas parecia que todos estvam tentando me impedir de fazer alguma coisa, tipo, o que foi de criança com bola ou boia, velhinhos e velhinhas ou apenas adolescentes que apareceram na minha frente, tipo assim, do nada, não foi brincadeira, mas mesmo assim depois de toda essa verdadeira Odisseia consegir chegar do outro lado a tempo de ver ela entrar no predio. Corri como nunca na minha vida e a alcancei e falei, bem, deve ter parecido um grito: "Ei!". Parei para retomar o folego, enquanto ela se virava meio confusa, durante um segundou ou dois ela pareceu confusa ao me ver, depois um brilho passou pelo seu olho e percebi que ela tinha me recponhecido da festa da outra noite, e mais uma vez ela me presenteou com aquele sorriso.

Tudo perfeito se não fosse um cara que aparecera do nada, acho que as pessoas brotam nesse hotel, não existe outra explicação e a abraçou dizendo: "Hei, Sophia, vamos o pessoal está esperando!". E a saiu levando pelo braço, ela se virou ainda por um segundo e me deu um tchal com o olhar, bem não foi um tchal mesmo, mas foi o que ele quis dizer, e outra vez mais aquele sorriso aparece para iluminar meu dia, até que tudo volta a ficar negro e frio... é claro, ela tinha um namorado!! Como eu poderia esperar o contrario de uma garota tão linda e alegre... Meu mundo acabara... mas isso só me fez perceber uma coisa, eu não mais precisava conhecer ela para me dar conta de que eu estava realmente caidinho por ela, possivelmente eu não confessaria isso para outras pessoas, mas era realmente isso que estava acontecendo e eu decidira que não iria sair daquele feriado sem ao menos falar com ela mais uma vez! Ou melhor, falar com elea pelomenos uma vez!