sábado, 10 de setembro de 2011

D'uma Festa

Lá estava ela, no meio do salão, dentre tantos outros fantasiados meus olhos só lhe davam atenção. Sozinha, se entregando a seus instintos enquanto dançava, sem ligar para quem quer que estivesse por perto, o momento era só dela. Vestindo um vestido de seda vermelho, uma diadema de chifrinhos, uma sandália também vermelha.

Aparentemente ela gostava de brincar com o nosso lado lúdico, porque se um demônio fosse como aquele, tenho certeza que a demanda seria bem maior para o inferno, eu preferiria muito mais ir para o inferno com ela do que ir para o céu só.

Sua pele clara, seus cabelos louros e suas vestes vermelhas me hipnotizavam. Eu não conseguia tirar os meus olhos dela, nem por um minuto. Era incrível como o tempo podia passar e eu conseguia me apaixonar sempre pela mesma mulher. Sinto que minha vida era dotada de grande sorte por ter ela ao meu lado.

Após algumas músicas ela volta para onde eu estava, no bar, e ficamos conversando, tudo a tempo de eu lhe confessar mais uma vez o que eu sentia por ela. Foi o suficiente para despertar nela aquele olhar. Este olhar nunca me deixaria ir embora, tão sexy, tão perfeito, junto com seu sorriso, tudo me impulsionava para uma coisa, e encorajado pela bebida, me atirei sobre seus lábios.

Não ficamos muito mais ali, logo saímos, fomos procurar um lugar onde fossemos livres, onde eu pudesse lhe dar tudo aquilo que ela queria, tudo aquilo que eu queria. Achamos um galpão, não havia ninguém por lá.

Seus toques cada vez ficavam mais eletricos, mais fortes, intensos. Meus beijos caminhavam por todo o seu corpo, meus toques, nossas vidas. Tudo transcendia até o paraíso, não havia mais demonios ou anjos, ou o que quer que fosse, apenas duas pessoas tentando ser uma, tentando alcançar a felicidade sem se preocupar com questões terrenas, duas almas se integrando em uma.

Respiração ofegante ao meu ouvido, sua sobrancelha arqueada, seu sorriso, um contexto mágico, um momento único no mundo, uma voz latente em momentos necessários, eu sabia que ela era uma mulher que valia a pena lutar e fazer de tudo para ter o prazer de ver seu rosto toda manhã!

domingo, 28 de agosto de 2011

Apenas Um Sonho...

Acordei de sobressalto, ainda era alta a madrugada, estava suado, acabara de ter um pesadelo. Olhei para o lado, e fiquei vendo ela dormir, por muito tempo,vendo tudo aquilo que me deixara atraído por ela. Não era só beleza, se ela não fosse que era por dentro certamente eu não estaria com ela, mas felizmente sua beleza me cativava, e me acalmava.

Comecei a alisar seus cabelos, levemente, e olhando ela em seu sono tranqüilo, até que vagarosamente ela foi acordando, olhou para mim e percebeu que algo tinha acontecido, e me perguntou porque eu estava acordado àquela hora.

Contei-lhe então o sonho que tive. No sonho eu estava sozinho, ela havia morrido, me deixado para trás, era angustiante, só de lembrar lagrimas me vieram aos olhos, tudo tinha acontecido em nosso casamento, nenhuma pessoa deveria perder alguem tão importante em um dia tão especial. Ela me abraçou forte, e ficou colada ali comigo, falando coisas tranquilizadores em meus ouvidos, e me beijou quando eu disse que foi um alivio acordar e ver que ela estava ali, inteira, saudável e comigo. "Eu não poderia viver daquele modo, não sem você, não agora!".

Ela se trouxe algo para nos comermos, graças a deus era um domingo, então cancelamos todos os nossos planos e ficamos agarrados na cama, o dia todo, conversando, beijando, acariciando, o tempo todo, não fizemos mais nada no dia, dedicamos nosso tempo um para o outro ali, naquele lugar, mandando para longe toda ideia de eu existir em um mundo que ela não estivesse.

sábado, 27 de agosto de 2011

Hummm...

A fragrância de sua pele que me chegava junto com o frescor matutino do vento invernal, deixava-me nauseante de tanta serenidade que aquilo me passava. Ficar deitado de seu lado, levemente encostados um no outro, quietos, olhos cerrados aproveitando a calmaria que só podemos ter em uma manhã juntos.

Minha mão passeava por seu corpo, levemente, despertando pequenos choques ao tocar na pele, embaixo daquelas cobertas macias de seda, separados do mundo exterior, que não nos dizia respeito em horas como aquela.

Apenas ficar ali deitados, sentindo o outro, por horas a fio era mais do que necessário para nos sentirmos vivos, para que fossemos completos, mas a maior recompensa foi quando senti que ela havia se virado em minha direção, pude sentir a respiração calma dela a menos de um palmo de mim.

Então sua mão caminhou por meu corpo, passando pelo meu peito e foi subindo, tocando meu lábios, então senti uma vontade tremenda de abrir meus olhos, e ao fazê-lo, encontrei com seu olhar, e que olhar, em conjunto com aquela sua sobrancelha arqueada que me deixava sempre sem fôlego quando vinha acompanhada de seu sorriso. Fixo em seus olhos, fui me aproximando, chegando próximo, sentindo ela mais perto, até ter seus lábios a pouco mais de um centímetro, e então, um beijo. Suave como sua pele, singelo como seu olhar, quente como seu sorriso e perfeito como tudo que tenho com ela.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Em Um Lugar No Inverno Tudo Aquecia

O inverno tinha chegado de vez, e com ele veio aquele frio típico, para não bastar eu havia resolvido alugar um chalé numa cidade do interior do estado, onde havia um famoso festival músico-cultural, amado por muitos. Existiam uns dois ou três shows que eu gostaria de presenciar mas nada demais.

Até que era uma cidade bem bonita, bem organizada, flores coloridas enfeitavam a paisagem, turistas vindo de todos os lugares para prestigiar o festival, até que o fluxo de pessoas era bem grande na cidade. Eu estava passeando pelo centro, a procura de algum chocolate quente para esquentar, achei e junto com ele encontrei um amigo, que morava na cidade, ele perguntou onde eu iria ficar e eu disse que tinha alugado um pequeno chalé um pouco afastado da cidade, mais calmo, e conseqüentemente mais frio, mas era um bom local.

Fiquei conversando com ele alguns minutos e depois voltei para meu chalé, para me preparar para a primeira noite do festival. Estava só, mas com certeza encontraria vários conhecidos naquele lugar, por isso fui despreocupado, mas foi algo mais surpreendente do que eu poderia esperar, eu encontrara uma pessoa que eu não via a muito tempo, uma querida amiga de infância.

Foi uma surpresa maravilhosa, Sam estava linda, sua pele morena, bem em sintonia com o seu agasalho, ficamos conversando, sentamo-nos em um bar, um pouco mais afastado do palco principal, para podermos conversar tranquilamente, falamos do que tinha acontecido nos últimos tempos, colocando o papo em dia, lembrando de fatos de nossa infância, que hoje tínhamos vergonha, mas que era bom lembrar, aquele gosto nostálgico vinha-nos a mente.

Fomos juntos para um dos palcos, mas no caminho alguém esbarrou na gente e derramou bebida em Sam, manchou sua vestimenta, e como ela tinha ido apenas para ver os shows não tinha pra onde ir, não podia ir para a casa de uma das amigas dela porque ela provavelmente não encontraria ninguém em casa, deviam estar todos na festa. Levei-a então para o meu chalé alugado.

Lá, enquanto ela tirava a roupa molhada, eu estava na sala ascendendo a lareira, este fora um dos motivos principais de eu ter escolhido aquele chalé e não uma casa normal, pela janela ainda dava para escutar, ao longe, a movimentação nos palcos, mas era melhor ficar com a janela fechada para o calor não escapar.

Ela voltou vestindo uma blusinha branca, colada, e seu jeans, mas como o ambiente estava quente estava bem, ficamos ali conversando, até que eu lembrei de um vinho que eu tinha comprado pra esquentar, ficamos naquela sala aconchegante, começando a soltar pequenas indiretas e investidas singelas, e o clima foi esquentando, fomos chegando mais perto um do outro, começando um contato físico.

Interessante o que algumas taças de vinho e um desejo retraído podem causar na gente, pequenas descargas elétricas percorriam o local em que ela me tocava, enquanto eu mordiscava sua orelha, de leve e descendo para seu pescoço, os pelos de seu corpo arrepiaram com o roçar de minha barba, uma respiração ofegante de ambos preenchiam o ambiente.

Não importava mais o frio latente, estávamos quentes, o ar ao nosso redor era agitado, as gotículas que o ar quente formava nas janelas, embaçando-as era definitivamente surpreendente, nós dois ali, isolados do resto da cidade, em total sintonia com o mundo ao nosso redor, e até alem, de um modo sensacional, divino, era incrível como duas pessoas poderiam alcançar o sublime de forma tão natural, sem forçar, sem mentir, sendo honestos com seus sentimentos, desejos, e principalmente com seu parceiro, podia ser apenas um momento, mas naquele instante, onde nada mais importava, o mundo era belo.

Tudo foi mágico, nada duraria para sempre, nem sabia se a veria depois daquilo, então resolvi apreciar cada segundo ao seu lado, suando e falando suavemente em seu ouvido, conversando horas a fio embaixo das cobertas, colados um ao outro, falando sobre tudo, sem restrições nem barreiras, antigos amores, mas não tocamos em nenhum momento sobre nós como um “amor” isso não era importante, o momento sim, era perfeito.

O sol já ia nascendo, talvez não tão brilhante como tínhamos sido anteriormente, principalmente naquele em que tudo sumiu do mundo e dois corpos ascenderam ao infinito de constelações, caminhando ao lado de antigos heróis e deuses, para depois voltarmos para nossos corpos e descobrirmos como um abraço era perfeito.

Duas ou três garrafas de vinho haviam simplesmente esvaziado, e uns lanches que eu tinha espalhado em minhas malas tinham acabado, estava longe de ser uma refeição perfeita, mas era o que precisávamos naquele momento, e depois de tudo parecemos que precisávamos de tudo outra vez, mas Sam precisava voltar, tinha uma carona esperando, de lá ela iria para longe, outro estado, se encontrar com familiares, passar o fim das férias com um parente distante, poderia ser o nosso fim, mas não importava, foi um inicio, meio e fim, alucinantes, que valeram cada momento de meu ser.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Um Frio Acolhedor

Era uma noite fria. Estava cansado daquelas sextas solitárias em casa vendo TV. Embora estivesse chovendo eu resolvi sair para andar. Não sei bem o porquê de fazer isso, não é nada comum me dispor a caminhar, principalmente debaixo de um pé d’água como aquele. Mas eu estava agoniado e algo dentro de mim queria sair, andar loucamente. Não fazia muito sentido, mas eu tinha aprendido a confiar em meus instintos.

Andando, sentindo o vento frio na pele, escutando o barulho que meus pés faziam na água, me perdia cada vez mais nos pensamentos, já estava começando a achar que era apenas impressão minha aquela agonizante vontade de sair. Mas para não perder a noite, vi um restaurante aberto, já era tarde, deveria estar próximo de fechar, mas ainda daria tempo de tomar um capuccino para esquentar.

O restaurante até que era bem aconchegante, parecia que tinha tido uma comemoração, mas já estava no finzinho, a cantora estava desarrumando seu equipamento, com seu cabelo negro curto e uns pircing’s, mesmo com esse visual, a julgar pelo violão ela deveria ter cantando algo leve, música popular. Lá estava regularmente vazio, numa mesa ao fundo um casal, terminava uma noite com duas taças de vinho tinto, em outra mesa alguns homens, que pareciam advogados ou empresários estavam terminando uma esticada de um happy houer e na terceira mesa um grupo de amigos conversava e ria alegremente. Me sentei no bar e esperei meu capuccino.

Enquanto bebericava, soprando um pouco para esfriar, não gosto muito de coisas quentes, e prestando atenção à textura do creme, perdido em pensamentos. Sinto um cutucar leve no ombro, e me viro para ver quem era, e de repente tudo para, lá estava ela, a garota dos meus sonhos.

_Oi, o que você faz aqui? _ Ela me perguntou com aquele jeitinho que só ela consegue fazer, super sexy e super inocente.

_Oi.. quanto tempo... eu estava andando e vim aqui tomar algo para esquentar.. e você, o que faz aqui? Não estavas fora do país?

_Sim, na verdade cheguei hoje, estava comemorando a volta com uns amigo. _ Ela havia partido pouco depois de voltarmos da frança, um dia antes do Ano Novo, se despediu apenas com um recado, deixado na porta da geladeira, e desde então eu não havia tido nenhum contato com ela.

_E pensou que não seria bom me avisar?

_Estou avisando agora não é? E você está aqui, eu também, então venha, sente-se com meus amigos, estamos quase terminando.

Fui com ela, mais encantado do que racional, era perfeito estar com ela de novo, e ansiava loucamente poder sentir o toque de minha mão em sua pele alva, macia e quente. Tudo pareceu voar, não sei se por eu não me importar com os amigos dela, ou se por estar embriagado de querer estar com ela, mas tudo passou rápido e quando dei por mim estava no apê dela. Malas ainda para serem arrumadas e uma cama grande ao nossos pés.

Ela não esperou muito, já me jogou na cama. Sentando fiquei como que um bobo olhando para ela, enquanto retirava uma blusa branca e deixava por baixo um vestido e meias pretas, aparentemente bem aconchegantes, minha mente estava a mil, junto com meu coração.

Não sei em que momento fui mais feliz, se quando meus lábios tocaram sua nuca quente, e que o brilho das estrelas pareceu perder força em comparação com tom de sua pele, quando o riso de um bebê deixou de ser tão gracioso como o seu sorriso sensual, aquela puxadinha na sobrancelha que só ela consegue fazer, seu cabelo louro escuro, enrolado em meus dedo, me sentia tão livre como se tivesse passado trinta anos em uma prisão, sem ver a luz do sol e de repente estivesse livre, correndo em um campo, com gramas altas.

Milhares de quilowats percorriam meu corpo a cada roçar de nossas peles, a capa sopro de seu doce hálito, seu doce cheiro, seu doce rosto, me sentia simplesmente lívido, depois de tanto tempo, voltei a sentir o que havia sentido a mais de meio ano, também em uma noite de chuva, mas dessa vez protegido sob um teto acolhedor, o que proporcionou uma viagem de mais de doze horas ao mundo alucinante de seus braços.

Depois disso, lembro só de acordar no outro dia, e vê-la sentada em uma poltrona, com um casaquinho, suas pernas lindas saindo de um shortinho branco, vendo alguma coisa em seu notebook. Era uma bela manhã de sábado, ainda bem fria e chuvosa, como a noite anterior, e eu agradecia do fundo do coração não ter que trabalhar nos finais de semana. Dei-lhe um oi, e me aconcheguei perto dela, sentindo sua nunca, e conversando bobagens em seu ouvido, claro que não me passou despercebido o decote que ela havia deixado em seu casaco, bem convidativo, mas isso é outra historia, só sei que quando voltei para casa na segunda, nada era como antes, parecia que sete meses haviam desaparecido e apesar da estação, o mundo brilhava bem mais. Nunca antes um Capuccino havia sido tão gostoso.