segunda-feira, 29 de junho de 2009

Royon Capitulo 2: Sozinho

Dois dias já haviam passado desde de a morte de seus pais, sua alma já estava mais tranqüila, um pouco de vida retornara a seus olhos, mais faltava muito para ele voltar a ser o que já havia sido um dia.
Ainda não havia se alimentado, não tinha sentido fome, apenas solidão, medo, tristeza, mas pouco a pouco esse sentimento se transmutava em ódio, vingança, e com isso veio a fome, avassaladora.
Parou para descansar, andara sem para durante dois dias, agora seu corpo implorava por descanso, seu estomago gritava com ele. Sentou-se então na sobra de uma arvore, desembrulhou um pouco de comida da sacola que sua mãe preparara, ficou algum tempo olhando para ela sem fazer nada.
Quando a primeira lagrima brilhou em seu olhos, ele limpou-a e decidiu comer logo.

Animais de todas as espécies chegaram perto dele, ele imóvel olhando para o nada, apenas uma criança, nenhum animal ousara chegar perto dele, pareciam sentir o sofrimento daquele garoto e deixaram-no em paz em seus pensamentos, sozinho naquela floresta, no meio da montanha, somente seus pensamentos ilustravam sua vida naquele momento. Apenas um ser, sem vida no meio da natureza.

Enfim ele avista o grande mar, ate então desconhecido para ele, uma vista que ele jamais havia imaginado existir, principalmente agora que para ele já não importava nada, queria apenas encontrar seu tio, procurar um novo motivo para viver, mesmo sabendo que isso não existia.
No fim do dia, ele chegara perto do mar, achou um bom lugar para passar a noite, ainda tinha u pouco de comida, talvez desse para mais um ou dois dias.
Subiu então no alto de uma pedra, sentou-se La e ficou mais uma vez perdido em seus pensamentos.
Ele viu a aquele por do sol, mágico, dourado, descendo alem do horizonte, em um lugar que ele jamais conseguiria alcança com suas mãos, olhou então o mar, tão vivo, tão sereno e tão violento. Ondas enormes quebravam nos recifes de corais. Gaivotas voando, de La pra cá, procurando alimento para seus filhotes. Roy já ouvira seu pai contando o esforço que os animais e humanos tinham para manter em segurança seus filhos. Mais uma vez aquela cena perturbou sua vista, aquele paraíso se foi, sumiu, agora apenas a escuridão da noite, apenas o ar frio, que machucava sua pele, mais mesmo assim permaneceu imóvel, olhando para o horizonte, que já não era mais distinguível, mais isso não mudava o fato de que ele não perdera o horizonte ao longe.
Naquela noite antes de cair esgotado no sono, Roy havia feito uma promessa. A primeira promessa que fizera na vida. Ele iria vinga sua família, iria matar o duque de Yout, iria fazer pagar por tudo, iria fazer ele sentir o que sentiu, talvez pior, talvez apenas medo, não importa o que lhe ocorresse, não iria descansar em paz ate fazer o que tinha que ser feito.
Agora em sua mente apenas escuridão, dormia tranqüilo, como uma pequena criança, sem tormentas em sua alma, apenas paz.

Mais três dias se passaram, suas provisões tinham finalmente acabado, mais ele não se importava, talvez fosse melhor morrer de uma vez, o que uma criança podia fazer sozinha no mundo, sua mente já não estava normal, nem como alguns dias antes quando fizera sua promessa, uma promessa muito pesada para um garoto de sua idade, mais que nascera da ira, do ódio, do amor à sua família.
Agora ele estava a mercê de sua sorte, que não demonstrara ser muito amiga dele, mais por algum motivo, dessa vez ela resolveu dar uma chance para o garoto.
Suas forças estavam esgotadas, ele mal conseguia ficar de pé, sua barriga estava gritando aos quatro ventos.
Ate que então ele cai, e desmaia, fica deitado, já sem forças de fazer qualquer movimento.
Alguém pega o garoto desacordado e o leva para uma pequena casa. Casa que por sinal, muito aconchegante, apesar de pequena, tinha tudo de mais confortável, com certeza era uma família feliz que morava naquele lugar. Dava pra sentir no ar.
Havia então sido encontrado nada mais nada menos do que por seu tio Ravel.