segunda-feira, 4 de abril de 2011

Caminhos Perdidos

Eu estava perdido. Dizia essas palavras todas as manhãs ao acordar, sempre a mesma coisa, não importava o lugar, sempre a mesma situação. Quando o vento soprava fresco no alto da colina e bagunçava meu cabelo enquanto eu me espreguiçava aos pés de uma arvore, tapando o brilho intenso do sol nascente com a palma de minha mão. Tanto quando me desperto todo encolhido, na neblina fria, com as roupas todas molhadas e meu cabelo que antes voava na brisa da manhã agora se encontrava colado em meu corpo gelido, o dia já nascera e eu sentado no banco de uma praça olhava para a paizagem cinza que assolava meu horizonte, o céu chuvoso dizia que não era para sair de casa. Que casa? Não importa onde eu estivesse, como eu acordasse todos os dias, era sempre a mesma coisa, eu estava perdido!

Com minha velha mochila nas costas, carregando alguns poucos pertences, uma caneca de metal antiga, um casaco de couro já surrado, duas ou três camisas desbotadas, uma calça rasgada no joelho e alguns pares de meias já bem gastos. Percorria caminhos distintos, que me levavam sempre ao mesmo lugar: uma indagação, uma incerteza.

Raro não era me encontrar, sentado em alguma sombra, em um fim de tarde qualquer, lendo um livro, o tema não importava, sempre algo novo, ajudava-me a manter pensamentos tristes longe de minha mente,era assim que toda noite, ao fim de uma aventura, um romance, um drama, uma comedia, eu gritava, "Me achei!!" e caia onde fosse possivel descançar um pouco, para como o sol faz todo dia, percorrer um caminho livre até chegar o momento de se por,e a busca infinita retomar.

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